19 setembro 2008

Com os dedos das mãos cruzados. Os pés solidamente assentes no chão, que nem raízes centenárias. As costas ligeiramente curvadas. Nada te move, demoraria séculos. Os cotovelos apoiados nas pernas. E uma parede branca à tua frente, grande e vazia como tu.


Vestes-te de preto. Cabelo preto também, risco ao lado, e geometricamente alinhado, atrevo-me a dizer.

Começas a esfregar as mãos: um reflexo: e desces o olhar para o som que que as tuas mãos emitem.


Sentes culpa. Queres chorar, não o consegues: não tens razão para tal. És oco.